Afirmações extraordinárias exigem provas extraordinárias?

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“Afirmações extraordinárias exigem provas extraordinárias”. Será? Ateus e agnósticos citam constantemente essa frase de Carl Sagan no intuito de dizer que uma vez que o Novo Testamento faz alegações extraordinárias, eles não crerão até que evidências extraordinárias sejam apresentadas. No entanto, há diversos problemas com essa alegação.

  1. A palavra extraordinária é ambígua. Será que ela é equivalente a sobrenatural? Se for, então estamos diante de uma argumentação viciada, pois esta afirmação equivale a dizer: “Uma alegação miraculosa exige uma evidência miraculosa”. Mas se apresentássemos uma evidência miraculosa a seu favor, os céticos pediriam mais uma evidência miraculosa para este segundo milagre, e assim infinitamente. Desse modo, jamais seria possível averiguar qualquer coisa na base de apresentação de fundamentações miraculosas.
  2. Se “extraordinário” significa simplesmente “acima do normal”, então os autores do Novo Testamento cumprem o desafio, uma vez que existem mais manuscritos, os mais antigos, copiados com maior precisão, com maior número de testemunha e mais atestados por fontes externas em favor do Novo Testamento do que qualquer outro livro da antiguidade.
  3. A palavra extraordinária é imprecisa. De que maneira as evidências devem ser extraordinárias? Quem determina o seu significado? Quais são os critérios objetivos para que ela seja definida como “extraordinária”? Será que esses critérios também são consistentemente aplicados a outras afirmações históricas e em outras disciplinas?
  4. Muitas concepções que são extraordinárias foram aceitas pela ciência moderna. A teoria do Big Bang é um exemplo: Pelos padrões vigentes na ciência moderna, o surgimento do universo a partir do nada constitui-se em um evento altamente extraordinário. Contudo, bastou a apresentação de evidências científicas normais para que a teoria encontrasse aceitação, tais como a segunda lei da termodinâmica, uma expansão observável do universo, etc.

Desse modo, a argumentação dos céticos mostra-se extremamente fraca para desacreditar o Novo Testamento.